Uma seleção de filmes políticos que estão disponíveis em vídeo: Cromwell, Revolução, A Revolução de um herói...
Uma seleção de filmes políticos que estão disponíveis em vídeo: Cromwell, Revolução, A Revolução de um herói...
Para delícia dos maníacos, estão à venda vários catálogos com "o melhor das videolocadoras". Não conheço nenhum, entretanto, que tenha uma seção dedicada aos vídeos políticos, ou histórico-políticos. Nessa galeria estariam os clássicos de Costa Gavras (Z, Missing, Sessão Especial de Justiça), de Andrzej Wajda (Homem de Mármore, Homem de Ferro, Danton) e de Margarethe Von Trotta (Rosa Luxemburgo, Anos de Chumbo). Além de A Batalha de Argel, de Gillo Pontecorvo, ou Queimada, com o memorável Marlon Brando no papel de Walker. Isso para não falar nos filmes sobre o Vietnã. Ou sobre a Irlanda, como é o caso de Em Nome do Pai, em que Daniel Day-Lewis vive a história de Gerry Conlon, jovem irlandês preso sob a falsa acusação de ter participado de um atentado promovido pelo IRA. Ou sobre a Revolução Russa, desde Stálin, com Robert Duvall, passando por O Círculo do Poder, com Bob Hoskins no papel de Béria, até Reds, dirigido e estrelado por Warren Beaty, que vive o pedaço comunista da vida de John Reed, aquele dos Dez Dias que Abalaram o Mundo.
Mas nem todos os filmes de temática diretamente política tiveram a mesma repercussão. É o caso dos que relacionamos a seguir, alguns mais recentes, outros nem tanto. Mas todos disponíveis em vídeo, para a felicidade dos aficionados.
Começamos com Cromwell, Homem de Ferro, em que Richard Harris e Alec Guiness dão um show de interpretação, nessa história da Revolução Inglesa de 1648. Revolução, com Natasha Kinski e Al Pacino, mostra o lado pouco heróico da independência americana. Daens, Um Grito de Justiça, uma produção franco-belgo-holandesa de 1992, conta a história verídica de um padre que se engaja nas lutas operárias do final do século passado, entrando em conflito com o governo e com a Santa Madre. A Revolução de um Herói, uma produção franco-canadense, traz Donald Sutterland vivendo a história (real) de um médico canadense que, comunista e combatente na Guerra Civil Espanhola, desenvolve a técnica da transfusão de sangue nas precárias condições de campanha, acabou terminando seus dias como médico do Exército Popular Chinês, chegando a ser pranteado por Mao Tsé Tung.
Falando em Revolução Chinesa, há dois filmes recentes que a contam a partir dos de baixo: Tempos de Viver, de Zhang Yimou e Adeus Minha Concubina, de Chen Kaige, ambos com a participação da indefectível Gong Li. Ainda nesta linha dos grandes dramas vistos a partir dos indivíduos envolvidos, há Daniel, de Sidney Lumet, sobre os dois filhos do casal Julius e Ethel Rosemberg.
Numa linha mais latino-américa (e baixo-astral), há Chove Sobre Santiago, que conta a história do governo Salvador Allende e do golpe militar que o derrubou; e Amazônia em Chamas, com Raul Julia vivendo nosso Chico Mendes. Sobre as brigadas vermelhas, é indispensável assistir O Caso Aldo Moro, com o divino Gian Maria Volonté. Sobre a África do Sul, muita gente conhece Um Grito de Liberdade, sobre a vida e morte do ativista Steve Biko, vivido na tela por Denzel Washington e dirigido pelo prestigiado Richard Attenborough. Outro na mesma linha, e bem menos conhecido, é Um Mundo a Parte: o apartheid visto pela filha pré-adolescente de dois militantes do PC sul-africano.
Não dá tempo de ver tudo isso? Então pelo menos veja Uma Cidade Sem Passado, de Michael Verhoeven, bom para estes tempos de gatos pardos. E Bob Roberts, em que Tim Robbins mostra como são as eleições norte-americanas.
Não dá tempo para dois filmes, nem você tem vídeo? Não se desespere. Vá ao cinema assistir Coração Valente, que agrada tanto aos amantes de filmes soft como Máquina Mortífera ou Mad Max, quanto aos que gostam de "romançotes" estilo Forever Young ou épicos tipo Spartacus.
Ou, mais simplesmente, todos os que gostam do Mel Gibson.
Valter Pomar é diretor de T&D.